quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O que é que Portugal precisa ( para deixar de ser um país adiado ) ?


Portugal precisa de Exigência, Excelência, Empenho, Responsabilidade, Moralidade , Justiça 
e muito Trabalho !


Olá,


há dias, comentando o índice de desenvolvimento humano de certos países e o relevante contributo para ele dado pelos pelos corajosos filhos da diáspora lusa, cheguei, como sabia e estou convicto, à conclusão que a responsabilidade pelos males e pelos vícios, de que Portugal sofre, recai, sobretudo, nas elites e na classe política que têm desgovernado, desmotivado, desiludido e enganado o povo ao longo destes anos de Liberdade e Democracia.

Mas, afinal, de que é que Portugal precisa para deixar de ser um país adiado, endividado e continuar a aparecer aos olhos do mundo como o coitadinho ou o moinante da Europa,(?) porque é assim que os nossos credores nos vêm, mesmo sabendo que correm o risco de um dia de nos chamarem de caloteiros e ficarem a ver navios irem ao fundo com os milhões que, irresponsavelmente, hoje nos emprestam.

Bom, não quero perder mais tempo com desculpas esfarrapadas nem tampouco culpar só a ditadura e a monarquia pelos nossos males, porque, entretanto, muitos milhões de euros e de ecus e muitos anos tivemos nós para sair do atraso económico em que nos encontrávamos quando, em Liberdade e Democracia, decidimos assumir o nosso futuro e acreditámos em muitos senhores, que juraram construir um país melhor e mais justo para nós e para os nossos filhos.

Antes de mais, Portugal nunca progrediu como devia, porque nunca deixou de ser um atrasado civilizacional e mental, sempre inimputável e fugindo sempre às suas responsabilidades à menor adversidade, como se o mar deixasse de existir e de ter sentido e de ser atraente sempre que há tempestade. 

Portugal portou-se sempre como um nobre arruinado, que - deslumbrado com a gesta quinhentista dos seus egrégios avós, como se canta no hino - quis viver da fama e à custa dos outros. Esses tiques de nobreza suicida e esses vírus parasitas são contaminadores de sonhos e de vontades e um freio fatal para a nossa emancipação e a libertação da letargia em que temos vegetado há décadas.

E é a classe política que melhor incarna e mais proveito tira desta chulice nacional, porque, depois de Viriato, o nosso povo sempre foi muito ingénuo e de brandos costumes, salvando-se apenas a Ínclita Geração, o Marquês de Pombal e poucos mais ao longo destes séculos.

Recordando, pois, o percurso dos emigrantes - e eu orgullho-me de ser um deles - na base do sucesso está uma necessidade de mudança muito forte e um sonho - que comanda a vida, como dizia António Gedeão.

Primeiro, e voltando à tese inicial, os emigrantes sairam decidos a tudo - a morrer se preciso fosse - para voltarem como homens de sucesso, cada um à sua maneira; depois deitaram mãos à obra, adaptando-se à realidade de cada país e lutando para vencer as dificuldades e adversidades que lhes surgiam pela frente, enquanto os nossos políticos fogem às suas responsabilidades como o diabo da água benta, provando a espécie de meninos mimados e cobardolas que sempre foram, são e continuarão a ser, enquanto não forem responsabilizados pelas suas decisões e pelos seus actos ou omissões. Assim, é uma brincadeira de crianças ser-se político !

Só de pensar que os países estão entregues a " tipos " desta estirpe dá calafrios ! É como confiar a vida e o destino de um país a um louco que pensa que é a mesma coisa guiar um carro de bois - ó carago ! - e um avião !

Eu poderia dar-vos milhares de exemplos e relatar-vos inúmeras situações para provar que a matéria prima de Portugal, a sua gente, até nem é má, mas estão neste mísero Estado porque os portugueses têm sido governados por cobardes e homens sem escrúpulos nem princípios, verdadeiros anões morais, cujo único desígnio que conhecem é safar-se, dar-se bem e viver à grande e à francesa à custa do erário público.

Passando de relance os olhos pelas páginas da nossa História, vemos que Portugal só foi uma nação de respeito e de sucesso quando teve à sua frente Homens de Coragem, determinação, empenho e responsabilidade.

Hoje, além desses predicados e dessas qualidades humanas, a democracia portuguesa precisa de, como a mulher de César, ser e parecer séria, coisa que nunca foi, e, sobretudo, exigir das suas elites uma moralidade irrepreensível, para poder aplicar aos prevaricadores uma justiça de pesos e medidas iguais para toda a gente.

Sem um corajoso " mea culpa " e um verdadeiro arrependimento pelos desmandos, pelas leviandades, pelas irresponsabilidades e pelas injustiças cometidas, nunca a Democracia se emancipará do passado e se libertará dos labirintos e círculos viciosos e viciados por onde vai escondendo as mais obscenas imoralidades.

Portugal precisa de se nivelar por alto, pelos valores que realmente dignificam a pessoa humana, porque enquanto alimentar e favorecer a culta miserabilista do ser, nunca passará de um miserável traste.Portugal precisa de ter um desígnio de felicidade para o seu povo e, para tal,o nosso país precisa de Exigência, Excelência, Empenho, Responsabilidade, Moralidade , Justiça e de muito trabalho, porque só assim ele restaurará a dignidade perdida ou sacrificada no altar das futilidades e das vaidades e se regnerará, dando um sentido à sua existência como nação.

É uma vergonha, para quem assiste a este circo democrático e mediático, ver Portugal enxovalhado e ridicularizado por pseudo democratas que se armam em senhores e doutores, que, querendo dar lições da moral que nunca tiveram, se fazem de vítimas e virgem ofendidas, mas, no fundo, não passsam de almeidas e prostitutos de um regime cujo cheiro nauseanbundo e pútrido acabará por contaminar e envenar quem ainda acredita na grandeza e no futuro de um país chamado Portugal, de quem, apesar de tudo, os emigrantes tantos se orgulham e por quem, no fundo da alma, vão cultivando a Esperança, envolta em tão genuina saudade.

Quo vadis, Portugal?

LMP - Luxemburgo, 28-10-2010

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