segunda-feira, 20 de abril de 2020

Carta Aberta aos Políticos e ao Povo do BRASIL !






Caros amigos brasileiros, 
Amado Povo do Brasil,
Pessoas de Bem ! (*)


Há mais de 40 anos que vivo revoltado com o triste fado, ao qual o povo brasileiro parece fatalmente condenado.

Desembarquei no Galeão - Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro - e pisei pela primeira vez a TERRA de VERA CRUZ, pelas 8 horas do dia 16 de Dezembro de 1979, proveniente do Luxemburgo, que deixara com neve na véspera, para cumprir uma promessa que, criança ainda, fizera ao meu tio paterno, Antônio, brasileiro, que em Junho de 1963 regressara à Cidade Maravilhosa, onde nascera em 1939, depois de um interregno na aldeia natal dos seus pais e meus avós, Luiz e Maria de Nazareth.

A relação da minha família portuguesa, de Trás-os-Montes, com o Brasil é uma história de amor muito antiga, que já deveria estar escrita nas estrelas, desde o tempo das Caravelas de Pedro Álvares Cabral.

Segue-se uma sinopse da minha história com o Brasil.

Em janeiro de 1903, meu tio-avô materno, Alfredo, chegou à Barra do Piraí com 12 anos.
Mas que menino mais temerário, para se propor atravessar o Atlântico sozinho, deixando para trás a sua terra natal, donde nunca saíra, lá no Norte de Portugal, descendo de ónibus até à capital, Lisboa, numa viagem cheia de incerteza, depois de um percurso sinuoso, cansativo e perigoso, para se esconder no porão do navio, naquele longínquo mês de Dezembro de 1902, largando para trás pais, irmãos e terras que herdaria se tivesse ficado.

Mas não, esse menino tímido, queria conhecer mundo, estender a linha do horizonte da sua vida, até ali de uma ou duas léguas, esticando-a de mais de 7 mil quilómetros e indo cravá-la no Brasil, um lugar que nem a sua mente imaginara.
O meu tio Alfredo cresceu, fez-se homem, casou e viveu quase 80 primaveras da sua longa vida na Barra do Piraí, trabalhando honestamente para formar os seus filhos, todos brasileiros com formação universitária.

Mais tarde, a herança em Portugal, onde voltara uma vez para visitar a sua mãe querida e rever a família e a terra que o viu nascer, distribuíra-a pelos irmãos e de tudo o que conseguiu ganhar, ao longo da sua vida, nada saiu do Brasil.
Tudo aqui ( aí ) ficou !
Para que conste e muitos de vocês percebam a audácia, a coragem e a tenacidade de muita gente que emigrou um dia e construiu a sua felicidade em outro país que passou a querer, a cuidar e amar mais que aquele em que nasceu, o meu tio Alfredo teve um irmão, Antônio, meu avô materno, que fez parte do Corpo Expedicionário Português, que lutou nos campos de França e Bélgica durante a 1ª Guerra Mundial de 1914 a 1918, onde, na última grande batalha dessa carnificina, em La Lys, ganhou a imortalidade em acções de heroísmo, depois 3 vezes ter sido feito prisioneiro pelo exército alemão e outras tantas se ter evadido.

Mesmo nas horas mais sombrias do seu cativeiro, algures na germânia, onde a qualquer momento a sua vida poderia acabar crivada por uma bala, ele nunca desistiu da Liberdade, para vencer aquela guerra maldita e voltar à sua aldeia, onde o espera, apesar de muitos j'a o terem dado por morto, a sua amada, Ana, a minha avó materna.
Por sua vez e do lado paternal, o meu avô Luiz, viera adolescente para o Rio de Janeiro, onde viveu e morreu em 1952, aos 45 anos, vítima de cancer, depois de uma vida de trabalho, como controlador da Light.

Na verdade, quinze anos antes, depois de muito sacrifício e com uma condição financeira que lhe permitia pagar as passagens, ele mandara vir de Portugal a a esposa e o filho, meu pai, com 6 anos de idade, que chegaram à Cidade Maravilhosa em 1937, uma premonição à II Guerra Mundial que eclodiria pouco depois, em 1939.
Felizmente, Portugal não participou activamente nesse conflito devastador, mas, naquela época, nenhum lugar da Europa era um lugar seguro.
O meu pai, Alexandre, nascido em 1931, passou a sua adolescência no Rio de Janeiro, entre S. Cristóvão, a Quinta da Boavista e a Praça XV donde seguramente avistava Niterói, no outro lado da Baía Guanabara.
Depois de sair do Colégio, forçado pelo meu avô Luiz, que já o julgava mais instruído do que ele, o meu pai regressou a Portugal, em 1951, para cumprir o serviço militar, visto que estava nos planos do meu avô regressar à terra natal, onde construíra uma casinha e comprara alguns terrenos de cultivo, para poder sobreviver.

A nossa aldeia, Fiolhoso, está situada na parte alta e fria do concelho de Murça, a 8 km, já considerada Terra Quente, onde vinhas e olivais de marca registada eram muito mais rentáveis.
Durante o serviço militar, o meu pai apaixonou-se, casou e nunca mais regressou à Rua Uruguaiana e à Avenida Rio Branco, nem a S.Cristóvão, onde, durante alguns anos os meus avós possuíram uma Pensão Familiar, sobretudo ocupada pelos colegas de trabalho do meu avô.
A minha avó e os meus tios, Antônio e Adélia, cariocas, nascidos em 1939 e 1942,
tinham precedido de alguns meses o meu avô, que ficara no Rio a tentar vender um imóvel que possuía, mas o cancer vitimou-o em 1952 e o Brasil foi a sua última morada.
Depois de 11 anos em Portugal, a saudade do Brasil falou mais alto e os meus tios e a minha avó venderam tudo em Portugal e regressaram ao Rio, comprando uma casinha em Rocha Miranda, perto de Madureira, onde eu os fui visitar, pela primeira vez em 16 de Dezembro de 1979, com vinte e cinco anos de idade.

Muito sucintamente, para que entendam melhor as minhas opiniões, depois da Escola Primária, o vosso ensino básico, fui estudar para o Seminário de Vila Real, onde estive 2 anos, de 1965 a 1967, e depois para os Colégios Salesianos de Arouca, Mogofores e Manique, terminando o Curso Geral dos Liceus na Escola Salesiana de Santo António do Estoril em 1974, ano da Revolução Portuguesa, que devolveu a Democracia e a Liberdade a Portugal.
Os portugueses tinham vivido 48 anos de Ditadura, cujo fim foi apressado pelo desgaste económico e humano, da Guerra do Ultramar, que, durante 13 anos, desde 1961 a 1974, que as colónias portuguesas de África moveram contra o colonizador, a fim de obterem a independência, imitando os movimentos de libertação, e consequente guerrilha, dos povos colonizados pela França, Bélgica, Itália, Inglaterra, nomeadamente na Argélia, no Congo, no Senegal,na Eritréia, na Rodésia e na Mauritânia.

Foram tempos de emancipação e de libertação, uma legítima aspiração de povos e raças, de etnias e culturas tão dispares, a quem só uma Liberdade plena permitiria construir um país de sonho e de felicidade, a exemplo de outros países asiáticos que se haviam emancipado depois da II Guerra Mundial, como, entre outros, a Índia, a Indonésia, o Cambodja e as Coreias, divididas pela Guerra do Vietname, à origem do slogan Make Love not War da juventude irreverente dos anos 1960. 
Em Portugal, com a Revolução dos Cravos - assim conhecida por o povo de Lisboa ter colocado no cano das espingardas dos soldados, que quase não dispararam uma bala para derrubar a ditadura fascista, flores da época, os Cravos Vermelhos - suscitou uma Esperança quase cega ao povo português.

a Descolonização facciosa e fraudulenta, que deixou milhares de portugueses na miséria e entregues à sua sorte, retornados de África, aqueles que conseguiram sobreviver à chacina que se seguiu à declaração de independência, sobretudo em Angola e Moçambique.
Aos nativos, aos novos povos livres, a sorte foi bem pior, porque à liberdade incondicional que lhes foi oferecida ou reconhecida, segundo o ponto de vista, por Portugal, esse colonizador e opressor que tinha deixado os seus países mais desenvolvidos do que a Metrópole, a sorte foi bem mais madrasta, com as guerras fratricidas que se seguiram, depois de Russos e Cubanos, a pretexto de lhes ensinar a camaradagem, a fraternidade e a solidariedade segundo a cartilha do comunismo, saquearem e pilharem as suas riquezas naturais, nomeadamente os diamantes.
Durante mais de 20 anos, depois da retirada de alguns russos e cubanos, os regimes totalitários de Angola e Moçambique, liderados por partidos comunistas, Marxistas, Leninistas e Maoistas, semearam implacavelmente o terror, banhando em sangue as terras férteis dos seus países, algo que não acontecera, em tão larga escala e com tanta atrocidade, nos 500 anos de Colonização.
Tudo isto aconteceu em África, enquanto eu, Luís, no Luxemburgo, vivia, ganhando honestamente a minha vida.

Em 2001, por ocasião da publicação de " La Force du destin " um romance em francês e o honoroso convite para estar no Salão do Livro do Festival de Emigração que ocorreu na cidade do Luxemburgo, de 18 a 21 de março, eu escrevi uma autobiografia, da qual extrai o breve trecho:

Em 1976, cansado de esperar pela abertura da faculdade, que os marxistas haviam trancado a sete chaves dois anos antes, decidi vir ver como o meu pai, emigrante desde 1969, ganhava os francos com que me pagava os estudos, na Escola Salesiana do Estoril.
Vim por curiosidade, mas acabei por ficar. E já lá vão 25 anos!( 1976 a 2001 )
Numa geração realizei muitos sonhos impossíveis, mas conheci também a dor amarga da Saudade e, de adiamento em conformismo, vi o meu sonho de criança esvair-se nas brumas da ilusão, antes de cair irremediavelmente nas masmorras da virtualidade.
Jurista nunca cheguei a ser, mas muito me honram as inúmeras causas que advoguei, sobretudo as que perdi para defender a minha íntima convicção, neste meu itinerário pelo Grão Ducado do Luxemburgo.
Aqui, fui, realmente, estudante, operário, fotógrafo, locutor de rádio, professor ou agente imobiliário, e, muito naturalmente, escritor..., porque isso comecei a sê-lo nos bancos da escola da minha terra natal, Fiolhoso, uma aldeia do concelho de Murça, onde nasci... "

Sobre o meu amado Brasil, eu confessei a uma amiga que participava comigo num Grupo de Poesia, onde interagíamos:

Confidência a uma Índia o meu primeiro sonho: BRASIL !

Oi Naiá, tudo começou muito cedo...

" Eu era menininho de bibe e pião, teria talvez cinco anos, quando pela primeira vez ouvi pronunciar a palavra Brasil.

Ainda me lembro como o meu coração pulou de alegria!

Naquele ápice, o Brasil não era nada de concreto para mim: nem uma imagem, nem um país, nem uma pessoa, nem um pássaro, nem uma nuvem, nem num cheiro, nem um pensamento: um sentimento apenas, nada mais! Talvez uma estranha, uma sensação, um sinal do destino!
Aos oito anos, quando a minha percepção do mundo e o meu conhecimento já eram maiores, soube que o Brasil, afinal, era um país que ficava lá longe, muito longe, para lá das montanhas e do mar; um lugar onde meu avô paterno, que eu não conhecera, repousava para sempre!
O Brasil era a terra para onde meus tios, nascidos no Rio, queriam voltar em breve.
Meu tio era meu ídolo, mas o Brasil era magia, era alegria, era encanto, era uma oração, um desejo, um desígnio para mim! Não sabia explicar, mas era algo de muito estranho: uma tentação, um fascínio!

Pronto, posso dizer que aos oito, um menino transmontano que não conhecia nem respirara ainda outro ar nem tampouco atravessara o oceano, sonhara com um lugar, o paraíso onde a sua alma se deitava todas as noites: o Brasil!
Nessa idade esse menino não conhecia a história, nem sabia nada do passado, mas soubera e atrevera-se a jurar diante de toda a gente que quando fosse grande iria ao Brasil.
Que coragem para um menino ousar afrontar, desafiar e contradizer o mundo dos adultos e dos impossíveis ! A minha vida tem sido assim : sonhos, desafios e paixões !

Ainda me recordo como se fosse hoje:

__ Tio, quando eu for grande irei ao Brasil! - disse sério, impávido, desafiando quem me ouvia!
" Ah! Ir ao Brasil!? Como é ingénuo e sonhador o Luisinho! Dizer que vai ao Brasil! Ah ! Isso não é para toda a gente, isso não é para um qualquer !
Para tal, teria que vender uma leira ( terra ) para pagar a passagem e fazer aquela longa viagem... " - devem ter pensados os adultos que me olhavam com ar de troça.
Coitados, eles até pensavam que sabiam e podiam tudo lá na aldeia, mas não conheciam nem desconfiavam da força do sonho.
Que tristeza passar pela vida como cão por vinha vindimada !
Estávamos em Maio de 1963!
Entretanto, os tios cariocas e a avó do Luís - assim se chama(va) o menino, haviam regressado ao Rio; de vez em quando lá chegavam as cartas vindas do Brasil e a cada entoação do nome, era uma respiração suspensa, um desejo, uma fome imensa!
O Brasil !!! É longe? Tenho que ir ver, tenho que saber como é e onde fica o Brasil !!!
O Luís fizera a escola primária; saíra da aldeia e fora estudar para vários colégios!
Num deles descobrira uma biblioteca que era um quarto onde se deitavam e dormiam os livros...
Imagine qual foi a primeira curiosidade que quis satisfazer quando lhe disseram na enciclopédia estava tudo?
É óbvio: o Brasil!

Os anos passaram-se e o "seminarista" - condição exigida pela mãe para lhe pagar os estudos - continuava a sonhar com o Brasil.
Só que o sonho virara paixão, e a paixão obessão, quase demência, condição "sine qua non " da própria existência.

Entretanto, em 1973, 10 anos depois de " garantir a pés juntos que quando fosse grande iria ao Brasil " o seminarista batera com a porta na cara de quem o queria ver padre, bispo, sei lá, porque não Papa, tanta era " a santidade " daquele espírito introvertido, que aos 14 anos conseguia inventar rimas e pensamentos mais profundos que os próprios mestres!
Em 1974, preso e queimado no turbilhão da Revolução, o pré-universitário, - com quarto alugado em Coimbra onde a faculdade seria mera formalidade para quem queria ser advogado,- tomou uma decisão que mudaria radicalmente a sua vida e, sem saber o faria realizar o sonho de menino mais depressa:emigrar!

Aos que lhe ofereceram uma vida de sonho a defender o materialismo ateu, disse furiosamente não; aos que lhe garantiam cargos e honras disse simplesmente obrigado e aos que lhe pediram para esperar e ser " doutor" disse serenamente:
na vida nunca há esperas, mas vícios e desperdícios!
__ Prefiro partir, deixar de ser o " alguém " que todos dizem que serei aqui, mas escravo de um ideal nefasto que não partilho e sei falacioso !Emigrarei, conhecerei a tristeza e a dor amarga da saudade e serei sempre um homem simples, mas livre ! Serei un Luís ninguém, se isso for preciso for e o destino mo impuser, mas realizarei este e todos sonhos que hei-de sonhar !
E o estudante, ex-professor, virou garçon! Foram 3 meses apenas, mas muito importantes para mim! Depois o garçon não se deixou enrolar pelo patrão, que o queria roubar, e partiu, sempre confiante de que algo melhor haveria de lhe acontecer!

Dias depois, uma semana, pela mão que um amigo – o Arménio – foi fazer um teste numa empresa ! Cinco minutos apenas e hei-lo com o futuro garantido na maior multinacional do país, o Luxemburgo, um anão com alma de gigante, que o colhera de braços abertos!
E o Brasil? Morrera? Desistira? Nem pensar!
O Brasil era uma paixão antiga !
Uma tarde de Dezembro de 1979, passeando na avendida da Liberdade, o Luís olhou a vitrina e deu com os olhos no Cristo Redentor de braços abertos.
Sorriu, apalpou o bolso e entrou na agência de viagens.

Uma hora depois, o Luís chegava a casa e, esboçando o maior sorriso da sua vida, dizia para o pai, que vivera até aos 18 anos no Rio, mas nunca mais lá voltara:
__ Estou muito feliz, pai! Hoje passei o maior cheque da minha vida! Vou ao Brasil !!!
O meu pai abraçou-me e chorou: eu tinha na mão o bilhete que ele nunca ousara comprar ! O filho perseverante estava prestes a cumprir a promessa e a realizar o sonho de menino.
Finalmente, eu acabara de fazer o que o meu pai sempre desejara, talvez mais por ilusão ! É, penso que ele sonhava por sonhar, sem muita ambição ! Eu não, quando sonho é com convicção, com alma e coração !

No dia 15 de Dezembro de 1979, vesti o meu melhor fato ( terno ), negro e pus a gravata: desde os 10 anos que me habituara a trajar assim! Pequei na gabardina e dirigi-me para o aeroporto, a 30 quilómetros : estava cheio de neve, 5 graus negativos!
Poucas horas depois aterrei no Rio de Janeiro. Como foi encantador ver o sol nascer de avião ! Como foi reconfortante abraçar a família e matar as saudades !

Porém não era disso o que o meu coração mais desejava e esperava, não era esse o Brasil que que sonhara durante mais de 15 anos, mais de 6 000 ( seis mil ) dias e noites!
Durante quase um mês, o menino, que ousara sonhar contra tudo e contra todos, descobrira os encantos da Cidade maravilhosa e do Brasil; apaixonara-se por lugares bonitos; fizera planos para comprar um terreno em Piratininga ( Niterói ) do outro lado da Baía da Guanabara; conhecera o rodízio e admirara o charme das garotas de Ipanema; mas nada disso lhe fizera ainda o seu o coração palpitar como quando ele ouvira ecoar pela primeira vez nos seus tímpanos a palavra Brasil !
Não o Brasil dele não era aquele, não seria só aquele, o Brasil dele, quando o encontrasse, o seu coração lho diria certamente!

Aliás, nem precisaria de palavras: o pressentimento seria mais forte e mais lesto, talvez um mensageiro divino a quem a aura bastaria para dizer tudo, mesmo que fosse mudo, ele escutaria o apelo, sentiria aquele pulsar que o fizera sonhar assim!
Bom as férias estavam quase terminadas, o encanto reconfirmado, o desejo de voltar imenso, e vontade de comprar o terreno firme, portanto impunha-se abrir uma conta bancária para enviar os dólares para o terreno e, quem sabe, a casa!

Na véspera do meu regresso, enquanto aguardava pacientemente numa das filas de uma agência da Caixa Económica Federal, meu tio, que não me largava com medo de ser assaltado, foi abordado por um conhecido que lhe perguntou:
__ Quem é este moço, Toninho!
__ O meu sobrinho, o filho do Alexandre!
__ Da minha prima Luisa?
__ Sim...
__ E quando chegou?
__ Volta amanhã!
__ O quê?! Você recebe a visita do sobrinho, de um primo, de um patrício, de um vizinho e não no-lo apresenta?! Estou a ver que veio da santa terrinha e não visitou nada!
__ Não, está tranquilo, Zé, que o Luís ficou tão encantado com o Brasil, visitou muita coisa, quer comprar um terreno em Piratininga: diz que é bonito !
Em poucos minutos o Zé, que afinal era primo da minha mãe e embarcara rapazote para o Rio de Janeiro, resolveu tudo: bastou empiscar ao gerente e pronto lá estava eu a passar por cima de uns quantos..., meio envergonhado e contra a minha vontade...
Depois, entrámos no carro dele e voltámos para casa do meu tio, onde a minha avó nos preparou um almoço.
__ Bom, Toninho, vai trabalhar ( para a agência do Banco Central, no Rio ) que eu me garanto a segurança do teu sobrinho! Agora ele fica por minha conta.À noite cá to trarei.
Passados 30 minutos e muitos ziguezagues que me fizeram enjoar e embalar o coração, estava num bairro da Zona Oeste do Rio!
Depois de me apresentar à família e de me mostrar a casa, o primo da minha mãe ( os pais eram irmãos )disse-me:
__ Você tem mais primos aqui, Luís! Vem, que eu vou mostrá-los para você.
Foi como se tivessem tocado num formigueiro ou acordado um vulcão!

Inexplicavelmente, meu coração começou a embalar e bater apressado, as mãos a humedecer e um certo nervosismo a apoderar-se de mim!
Naquele momento, senti-me como alguém que procurou a vida inteira por um tesouro e, de repente, quase já descrente, sente as emanações da sua presença!
Entrei no carro e mal tive tempo de respirar e de enxugar o suor do rosto: já estava diante de uns portões de uma vivenda com os azulejos da imagem de Nossa Senhora de Fátima no frontespício!
Aos berros do meu primo acorreram dois moleques lestos, descalços quase tão bronzeados como o Pélé, de tanto soltar Pipa!
Seguiram-se três moças intrigadas, os pais sorridentes e..., o meu olhar... sentiu o coração bater da mesma maneira... meu Deus!

" O Brasil !!! "

Um olhar profundo! Um corpo franzino! Cabelos longos, castanhos! Um sorriso tímido, envergonhado...
Descobriu, Naiá?
O meu Brasil, a minha razão de ser e de sonhar, chamava-se Lina e o meu coração já a conhecia há muitos anos!
Assim de repente, tive a impressão de ter conhecido noutra vida... Mas como me era familiar aquele rosto, aquele sorriso, aquele olhar!
Depois das apresentações, voltámos a casa do Zé para um cafezinho!

Instintivamente, fiquei a sós com a Lina no terraço... As irmãs da Lina, os pais, os outros não existiam mais, a minha timidez evaporara-se! Não sei se tinha que lhe falar ou a olhar apenas, em silêncio, admirá-la! Vê-la sorrir, desejar aquele tesouro...
Com medo de que o meu olhar não lhe exprimisse tudo o ques estava sentindo, ousei dizer:
__ Lina, acho que agora sei, porque ando a sonhar com Brasil desde pequenino !
__ Ah bom?!
__ Mas a certeza, a resposta, não sou eu quem a deve dar...
Lina corou! O meu olhar dizia tudo, implorava a resposta que ela não deu, que não podia dar ainda, porque não fora ela quem sonhara com o Brasil !
Cinco dias depois chegou ao Rio a tão desejada carta a pedir-lhe namoro ! Lina já estava à espera dela ! Alertada e aconselhada pela mãe, Lina só pode obedecer e dar a resposta que o seu coração lhe sussurrava : sim !
Passados 18 meses, já não havia dúvidas, mas muitas certezas, uma decisão a tomar e um juramento a fazer!
Depois de pedir a mão de Lina em casamento e ver meu pedido aceite(o), a mãe de Lina implorou, sorrindo:
__ Esperai um pouquinho!
Pouco depois, voltou com uma foto de 1967, tirada perto da paragem do autocarro, no longínquo lugar, a cerca de 20 vinte metros onde o menino tímido e introvertido sonhara com o Brasil:
" Uma mocinha franzina de 6 anos, mirava um moço vestido de terno e gravata negros que acabava de chegar do seminário: era eu! "
Acho que você já entendeu porque eu gosto tanto do Brasil! O Brasil é o sonho, é a paixão, é a razão que deu sentido à minha vida!
O Brasil é o Amor da minha Vida!!!!
Eu amo mais o Brasil que milhões de brasileiros porque eu o inventei, o sonhei, o desejei, o amamentei, o chorei e o guardei no coração sem nunca desfalecer, sem nunca duvidar!
Eu te amo, meu Brasil !
Sabe, Naiá, quando um menino sonha, Deus sorri, se inclina, o beija, obedece e o sonho logo parece!Espero que tenha gostado deste longo mail! Me desculpe se a enfado!!!
Beijinhos... "

Caros amigos brasileiros, 
Amado Povo do Brasil,
Pessoas de Bem ! (*)

Naquela tarde de Domingo, 16 de Dezembro de 1979, a caminho do Maracanã, onde fiz questão de ir assistir ao jogo que dava acesso à final do Campeonato Brasileiro, entre Vasco e Coritiba, que os da Cruz de Malta ganhariam por  2 a 1, comecei a perceber que havia muita coisa errada no paraíso dos meus sonhos.

Porquê tal evidência e tamanha certeza ?
Pela minha experiência de vida !

Eu tinha termos de comparação claros e evidentes, que me permitiam estabelecer o pódio dos países que formavam o triângulo da minha existência, comparando diferentes realidades, diferentes sociedades.

Em Portugal, na minha adolescência
conhecera o fim da ditadura com o professor Marcelo Caetano, um iminente jurista de Coimbra que, em 1970, sucedera ao ditador António de Oliveira Salazar, fascista, criador e impulsionador do Estado Novo, quase de imediato imitado  pelo vosso ditador Getúlio Vargas, comunista, que sonhava fazer do Brasil a Rússia do Hemisfério Sul para ser maior que Estaline.

Depois, ainda na Lusitânia, 
assisti à Revolução dos Cravos e participei das lutas partidárias que se seguiram e opuseram violentamente, no Verão quente de 1975, os que queriam substituir a ditadura fascista pela ditadura do proletariado e o Poder Absoluto do Estado, através da cartilha comunista, defensora do colectivismo e do materialismo, onde não havia lugar nem para Deus, porque religião era  vista como o ópio do povo, nem para a propriedade privada, sinal dos resquícios da burguesia e dos privilégios feudais, e os que defendiam uma democracia parlamentar, com todas as garantias e liberdades individuais, incluindo a religiosa, a propriedade e a iniciativa privada, criadora de riqueza e bem-estar, segundo as ambições de cada ser humano,  mas que os fanáticos da foice e do martelo tanto abominavam e combatiam ferozmente.

Porquê?
Porque, para um dos seus mentores, Karl Marx, vagabundo irresponsável que deixara morrer filhos à fome, enquanto vendia O Capital, seu panfleto revolucionário, o capitalismo era a causa de todos os males do mundo, a menos que fosse um capitalismo colectivista de Estado e ao serviço de uma nomenklatura vadia, depravada e criminosa, que os idiotas úteis deveriam honrar e venerar como benfeitores ou deuses magnânimos, a quem tudo deviam, inclusive o ar que respiravam.

Se em Portugal a democracia dava os primeiros passos e ainda estava carregada com os vícios perniciosos das rotinas criadas pela ditadura, onde o clientelismo e o abuso de  Poder Estatal nunca foram verdadeiramente eliminados, porque a democracia foi construída em fundações ditactoriais, no Luxemburgo eu encontrei uma democracia madura e exigente, onde ordem, disciplina e respeito tinham a cotação maxima e foi isso que me prendeu ao Grão-Ducado, porque era com essa democracia responsável e de excelência que eu me identificava.

No Luxemburgo, tudo me parecia mais justo, mais transparente e mais simples: não havia roubos, não se cometiam infracções à lei e tudo era respeitado: as pessoas, as propriedades e os bens individuais.
Cada morador podia deixar o dinheiro do pão ou do leite na caixa do Correio, que ninguém roubava; a chave do carro ficava na ignição e podia dormir-se de porta aberta.

No Grão Ducado, as pessoas apenas se preocupavam em trabalhar, porque o resto, a saúde, a educação e a segurança lhe estavam assegurados pelo Estado, com uma aplicação justa dos impostos colectados.

Mortes violentas, roubos, pixações ou banditismo, nem pensar ou muito esporádico, porque os representantes e servidores do Estado davam o exemplo e eram tidas como pessoas de integridade, honestidade e moralidade reconhecidas e respeitadas, algo a seguir e  ai de quem tentasse obter vantagem ou corromper alguém.

No Luxemburgo, só se chamava doutor ao médico, porque todas as pessoas entre si, fossem elas diplomadas e ricas ou um simples trabalhador emigrante, se tratavam por senhor, menina e senhora, monsieur, mademoiselle et madame.

Havia um olhar horizontal, de igual para igual, de olhos nos olhos, em sinal de respeito e não de sobranceria, de alto para baixo, e de servidão, de baixo para cima, como na sociedade brasileira ou até portuguesa, posição superior daquelas castas que se julgavam acima da lei, ou com o rei na barriga, e mandava e a inferior, subalterna, dos desgraçados que obedeciam por deles dependerem para viver.

Diz-se que a felicidade obedece ao binómio Liberdade e Segurança.

E esse  equilíbrio é quase perfeito no Luxemburgo, onde a liberdade individual se exerce com responsabilidade, no respeito escrupuloso da Lei, das Pessoas e dos Bens Públicos ou Privados e qualquer infracção é prontamente denunciada por quem a presenciar e severamente punida.

O respeito é muito lindo e recomenda-se ! 
No Luxemburgo, exige-se.

Portanto, mal chego ao Brasil, fico logo impressionado com o aparato policial e militar, cavalos e  PMs por todo o lado, mas deparo-me com várias contradições, aberrações e anormalidades: é que, apesar de impressionante, a visibilidade militar não me transmitia a segurança, que impõe respeito e protege realmente as pessoas, as propriedades, porque vi muita coisa com sinais de infracção, mesmo nas construções, onde me apercebi que nada obedecia a plano urbanístico e cada um construía como e onde queria. 

Metia-me impressão ver favelas à beira de estradas, nem saneamento básico e amontoado de fios eléctricos, porque no Luxemburgo já quase tudo estava canalizado e protegido debaixo de terra.

Mesmo hoje, em 2020, o aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, e parte da Barra da Tijuca são quase excepção, mas voltemos a 16 de Dezembro de 1979. 

Portanto, no meu primeiro dia de Rio de Janeiro, a caminho do Maracana, fui aconselhado a guardar o relógio e a levar pouco dinheiro na carteira.
Nos dias que se seguiram, caminhando pela cidade e atravessando baixos da região norte, vi mortos no chão, ouvi falar de roubos, assaltos, conheci o outro significado da palavra gato, de água ou de electricidade.

Além disso, apercebendo-me da fertilidade da terra, vi que quase ninguém cultiva as suas hortas, como na minha terra natal, e todo o mundo preferia ir à feira comprar o que precisava.
Lembro-me de ter comentado com o meu tio: nossa, aqui, qualquer pessoa que queira trabalhar pode ter de tudo, todo o ano, enquanto que lá na terrinha temos que trabalhar 12 meses para fazer uma colheita, quando as moléstias e o granizo não a destroem antes.

Conversando com familiares e amigos, que levaram a conhecer o Estado do Rio até Angra dos Reis e Paraty ou, do outro lado da Ponte Rio-Niterói, Piratininga, o que me permitiu comparar e ver as deficiências abissais do Estado de Direito e do Estado social no Brasil, onde o cidadão paga para ser roubado e insultado, com o Luxemburgo, onde o respeito e o escrupuloso cumprimento da Lei primam e a sensação de culpabilidade, que inculca juizínho na cabeça do cidadão, e o dever de ser exemplar em tudo o que se faz, contrasta com a arbitrariedade e sensação de impunidade, apesar da ordem imposta pelo Regime Militar, para mim muito complacente com pessoas violentas ou criminosas, mesmo no regime militar.

Numa verdadeira ditadura, criminosos de sangue e terroristas eliminam-se, como acontece na China e na Rússia, regime tão queridos por tanto vagabundo ou intelectual da treta, que passam a vida a criticar o imperialismo capitalista, mas, quando se dizem perseguidos, é para lá que vão.
No fundo os defensores do comunismo têm 2 tipo de países ideais: para o povo a miséria da Coreia do Norte e para eles a riqueza dos Estados Unidos com o glamour de Hollywood.

Se o regime militar tivesse sido realmente a ditadura que os enviesados esquerdistas tanto apregoam, para justificar os seus crimes, muito canalha que a democracia promoveu a gente importante, não teria vivido para cometer ou permitir as barbaridades de todos conhecidas, muitas delas reveladas pelo Mensalão e a Lava-Jato, e muito menos teria enxovalhado a imagem do Brasil pelo mundo fora: é que aqueles que lhes davam títulos de doutores Honoris Causa, eram os mesmos que os tomavam por lorpas e lhes faziam assinar contratos altamente ruinosos para o país.

Em 1981 não vi melhorias e em 1985, com a Constituinte e a Democracia tive Esperança que as coisas, como a minha família sempre me dizia e acreditava, melhorassem, mas foi o contrário que aconteceu: a Democracia foi tomada de assalto pelo crime organizado e armadilhada pelo mecanismo que faz da Corrupção o modus operandi e vivendi das elites brasileiras.

A verdadeira Democracia, aquela onde a Liberdade se exerce com responsabilidade e onde o respeito e o cumprimento da Lei deveria estar escrita a letras de ouro e ser a força moral da sociedade, nunca existiu.

Desde 1985, o Brasil vive numa cleptocracia  abjecta, que infecta os mais puros e incautos corações, algemada por corruptos e ladrões, democratas mentirosos, dissimulados sob o manto de homens generosos, que escondem verdadeiros canalhas.

Primeiro havia o marginal, o bandido pé rapado, hoje o Estado é regido pelo Crime Institucional, contra o qual não há opção legal, porque as práticas criminosas foram legalizadas e blindadas com um arsenal legislativo que faz das pessoas de bem e honestas, os verdadeiros foras-da-lei, e estado de coisas gangrenou e apodreceu as Instituições Representativas do Poder Público.

O Brasil está nas mãos de terroristas sem escrúpulos, onde a arbitrariedade, a impunidade e a ilegalidade são os fundamentos de toda acção política e social.
Eles nunca dão ponto sem nó e tudo obedece a ferrar com quem não os deixa agir impunemente e satisfazer os seus mais reles instintos.
Esses canalhas mentem com quantos dentes têm, são uma fraude e um embuste.
O povo está de pés e mãos atadas e à mercê desses  criminosos psicopatas, que não olham a meios para atingirem os seus fins: roubarem, cada vez mais e melhor, o povo ingénuo que engole como generosidade tudo o que lhe é prometido.

O polvo vermelho estendeu os seus tentáculos e começou a destruir tudo o que seja normalidade, ordem e respeito, através da disseminação, desde a escola, de ideais perniciosos, tenebrosos e depravados,  para destruir tudo o que represente o BEM,  a ORDEM, o RESPEITO e seja referência MORAL, porque, até à implantação oficial do comunismo e a refundação da República Popular do Brasil, milhões de idiotas úteis serão usados para perverter e contaminar a sociedade, inculcando o vírus do mal em tudo o que tocarem, mesmo que para isso se criem leis e ONGs que defendam os criminosos que destruirão a sociedade, para depois serem eliminados sem dó nem piedade, como nos gulags, quando a Constituição Comunista lhes proibir tudo o que agora fomenta e consente.

As elites brasileiras fizeram das suas mentiras, repetidas descaradamente e até à exaustão, as únicas verdades absolutas, irrefutáveis e dogmáticas que pessoa alguma jamais poderá contestar e que definem as linhas vermelhas da verdadeira sociedade igualitária, numa ditadura onde o proletariado está abaixo de gado.

 E quando é que isso começou?

Ainda no tempo do regime militar, infiltrado por oligarcas vermelhos, mas a instituição do Estado Criminoso, com requintes de sadomasoquismo, começou com a eleição de 2002, onde um operário conseguiu enganar os brasileiros e, por conveniência, o mundo inteiro ou, pelo menos, quem fingiu ser enganado para arrastar o sindicalista para o seu lado, conferindo-lhes doutoramentos Honoris Causa, que lhe fizeram inchar o ego, para melhor lhe submeterem contratos abusivos, que o molusco e a sua corja nem liam ou pouco se importavam, porque não era deles o que davam ou vendiam ao desbarato.

Como as dívidas, dizem esses crápulas, são eternas e quem as contrai nunca as paga, foi um fartar vilanagem com biliões, que os brasileiros pagarão nos próximos 40 anos, para distribuir generosamente pela confraria comunista, não sem antes ficar com o quinhão que a ambição de cada um exigiu.

O STF - Supremo Tribunal Federal - onde muitos dos seus membros, não eleitos, foram escolhidos a dedo para serem os guarda-costas constitucionais dos desmandos políticos e o respaldo dos criminosos que venham a ser condenados, como se viu com a decisão que anulou a prisão em segunda instância - onde muito juiz já mudou a interpretação da Lei e deu sentenças díspares, olhando apenas à avença ou à cabeça do réu, - tornou-se o cancro maior da democracia brasileira.

Sistematicamente, muitos  membros do SFT têm demonstrado que a sua preocupação não é fiscalizar e salvaguardar a aplicação da Lei Constitucional e a legalidade do Estado de Direito, mas evitar que ela se cumpra para os crimes de quem os assentou no cadeirão plenipotenciário.

Com as gangs criminosas que se tornaram os partidos e o papel decorativo e quase sempre alinhado com as posições de quem blinda os crimes com leis dúbias e obscenas, que ferem a racionalidade e o senso comum, torna-se impossível acabar com a corrupção e julgar os delinquentes, sobretudo os de colarinho branco, e fazê-los pagar pelos seus delitos. muitos dos quais põem em risco o equilíbrio financeiro do próprio Estado, tamanha é a ganância, a petulância, a arrogância que a impunidade confere a quem faz do roubo colossal e da morte infame o seu fundo de comércio, como o narcotráfico e os saques bilionários no erário público.

No Brasil, nada se faz, nada se constrói sem infringir a lei, porque a corrupção tornou-se mental, visceral e tão normal que ser corrupto e ladrão, mau carácter, confere estatuto e honras de televisão e tratamento VIP a quem cai nas malhas da justiça ou é preso em flagrante.

No Brasil, quanto mais corrupto, mais importante !

Vergonha é ser honesto e cumpridor da Lei, porque, segundo a elite brasileira, isso é sinal de basbaquice e de idiotice: o QI deles é medido pelo grau de maldade intelectual, ao serviço do requinte  e da engenhosidade criminosa: inteligente é quem se dá sempre bem e vive à custa da honestidade e ingenuidade de alguém que acredita e defende a importância primordial dos valores da honestidade, da moralidade e da verdade numa sociedade onde todo o mundo é gente.

E agora?
Como se livrar dessa praga e resgatar o futuro!

Só restam duas opções ao povo brasileiro e ambas pela utilização da força, a única lei que os ditadores reconhecem.

Primo unem-se  e saem para as ruas, pedindo uma intervenção militar que suspenda a Constituição que legaliza e defende o crime, para que constitucionalistas lhe estirpem os genes malignos e esperam que a limpeza e a justiça seja feita, ou secundo e último, cercam os criminosos conhecidos, muitos deles foragidos ou condenados, e começam a fazer a Justiça e a limpeza que se impõe, sob pena de, se nada for feito, assinarem a certidão de óbito de uma democracia infectada e gangrenada, com a qual sucumbirão em menos de uma geração, porque se a veleidade comunista avançar, muito provavelmente haverá uma intervenção estrangeira que culminará na partilha do Brasil.

Uma coisa é certa: o tempo urge, porque perdendo o Presidente mais corajoso da República, o Brasil perdido ficará e. muito provavelmente, rios sangue afogarão milhares de pessoas inocentes que apenas queriam viver livres e serem felizes, no paraíso que Deus lhes deu, e que um punhado se ditadores transformou num inferno.


Caros amigos brasileiros, 
Amado Povo do Brasil,
Pessoas de Bem !(*)

Agora tenho que ser frontal e duro convosco, e falar-vos aquilo que todos vós sabeis: cada povo só tem o governo que merece e só elege quem com cada um se parece, desde que depois se dê bem também.

Há mais de 30 anos que vós, por ingenuidade ou maus hábitos, por acreditardes, muitas vezes, que o mal só acontece aos outros e que, cada um de vós, em particular, é diferente e desculpável por um desleixo ou um jeitinho aqui e um papel jogado no chão ali, deixaste a podridão se instalar nas vossas mentes, nos vossos corações, nas vossas vidas, nas vossas acções, é justamente por isso que vós precisais de lavar a vossa consciência, permitindo em grande escala aos outros, aquilo que praticais, tantas vezes por simpatia para com os maus caracteres ques e armam em coitadinhos e vêm mendigar o vosso voto na hora da eleição e apelam à vossa compreensão moral quando a máscara cai e os seus crimes ficam a olho nu.

Durante anos, vós, cidadãos do meu amado Brasil, como comunidade e em particular, fostes complacentes, coniventes e cúmplices dos desmandos e dos crimes perpetrados pelos vossos políticos, pelos vossos funcionários, a quem corrompestes, também, sempre que vos dava jeito.

Como disse Albert Einstein " o mundo não será destruído por aqueles que fazem o mal, mas por quem assiste sem agir ".

Mais que de fazer MEA CULPA, arrependimentos e confissões de circunstância para limpar a vossa consciência, chegou a hora de agir.

Coragem, por que a fortuna protege os audazes, e vós, pessoas de bem do Brasil, sóis capazes de acabar com a corrupção institucional que tornará o vosso país ingovernável e inviável e, sobretudo, como já repeti, vezes sem conta aos meus vizinhos de condomínio, qualquer dia acordais com uma Nação falida, os vossos bens saqueados e arbitrariamente arrestados, um cabresto de aço, umas algemas de ferro e um chicote a esquartejar-vos os quatro costados, escravos da ideologia mais assassina e sanguinária que a Humanidade já conheceu, responsável por mais de 100 milhões de mortos, muitos deles compatriotas que, ou não pensavam como eles, ou não eram da mesma etnia, ou, pura e simplesmente, eram deslocados para campos de concentração para uma reeducação pelo trabalho forçado, até que esses idiotas úteis morressem com os vícios que deles haviam feito animais imperfeitos, logo descartáveis.

Amigos brasileiros, gente do Brasil, cidadãos honestos e responsáveis, pessoas de bem e corações puros com fome e se de justiça, ...
não me vou alongar mais, porque eu sei que vós, cidadãos de bem, sois inteligentes, conheceis muito melhor os males que gangrenam essa terra paradisíaca que vos foi dada para nela construir um país mais justo, mais humano e mais próspero para todos que o amam, nele habitando ou não, independentemente das suas origens, etnias, credos e opções de vida, num profundo respeito pela vida e pela natureza que vos rodeia, e, sobretudo, como eu, brasileiro de coração, sois verdadeiros patriotas e estais fartos de serdes iludidos, enganados, roubados e humilhados por gente que não presta.

Como escreveu um poeta português,  " o sonho comanda a vida ! "

Chegou a hora de sonhar, agindo e lutando agora, por um Brasil diferente, mais limpo, mais justo e mais próspero para toda a sua gente, que seja o orgulho de todos os brasileiros e cause inveja a toda a humanidade, pelo grau de excelência e de felicidade da sua sociedade.

Deus salve o Brasil !

Luís Macedo Martins Pereira (*)
(*) Minha esposa e filhos também são brasileiros, como grande parte da minha família.
Luxemburgo, Portugal, Brasil - Cidadão do mundo.

NB: Esta carta aberta apenas reflete a minha opinião e admito que peque por insuficiência e eu tenha uma percepção da realidade brasileira bastante diferente, até antagónica à de outros, nomeadamente aqueles que se movem no xadrez do crime, seja como simples peões, torres, reis ou rainhas, e vivem obsecados pelo interesse, sempre numa lógica de xeque-mate, de confronto e de destruição, para saciar a tão exacerbada ganância. 
Nisso, sou virgem e ingénuo: nunca aceitei jeitinhos e nunca permiti que me corrompessem ou me usassem, tanto em Portugal, como Luxemburgo ou no Brasil.
A minha Liberdade, a minha Honra e a minha Dignidade são inegociáveis.
De uma coisa estou convicto, o socialismo e o comunismo - que não deram certo em nenhum país do mundo - são o lixo tóxico e a gangrena da Humanidade, que eu combaterei até ao fim.



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