sábado, 15 de maio de 2010

Meio século de História de Portugal e do Mundo : 1960-2010 * 1ª parte: de 1960 a 24 de Abril de 1974 !

Depois de algumas diatribes inflamadas, - que, reconheço, para os tímidos ou invertebrados, podem parecer ódio destilado, quando, na realidade, não passam de gritos de revolta e de indignação pelas prepotências de uns animais políticos, espécie de casta divina, que adora pavonear a realeza pedante diante dos ingénuos a quem prometeram o céu para melhor os lançar no inferno - decidi recordar meio século de vida consciente e de vivências, porque a memória dos meus primeiros cinco anos ficou no limbo ou nas brumas da inconsciência.

Em 1960, Portugal continuava um país rural, um pigmeu com alma de gigante, que, graças ao espírito empreendedor e visionário dos príncipes da Ínclita Geração - rebentos da fusão dos Avis de Portugal e dos Lencastre da Inglaterra - conseguira levar os limites do mundo para além do sonho. Em três quartos de século, Portugal, uma tira de terra à beira do mar plantada e povoada por pouco mais de um milhão de seres humanos, conseguira a proeza inédita de ser senhor de meio mundo, ou seja a sua dimensão elevada à infinitésima potência !

Em 1960, a pátria de Camões era orientada e governada por um - diz-se hoje - ditador chamado António de Olveira Salazar, um professor de economia que - graças à sua sabedoria, mérito profissional e à sua argúcia e força de carácter, conseguira salvar Portuga da bancarrota, livrá-lo da 2ª Guerra Mundial e mantê-lo independente, apesar dos apetites dos imperialistas americanos, que, só porque eram nossos amigos, aliados e protectores, julgavam que podiam mandar na nossa terra e explorar o nosso império colonial, cheio de matérias primas, diamantes e petróleo!

( Se pensarmos que só por uns poços de petróleo, os Yankees invadiram o Iraque - mil vezes mais pobre e mais perigoso que as nossas colónias - imagine o que eles nos fariam se tivessem tido a contrariá-los um Zézito qualquer que se tivesse diplomado sabe-se lá como e chegado a PM de pára-quedas, depois de um golpe constitucional de PR todo Bo(y)nzinho ! )

Foi nesse ano que estoirou a guerra colonial. Com efeito, depois uma lavagem cerebral marxista, que obedecia a um plano maquiavélico de dominação do planeta, milhares de homens manipulados e exacerbados até raíz dos cabelos, quiçá drogados e com chipes de castração do livre arbítrio, foram armados até aos dentes com as kalachnikovs produzidas na sibéria e espalhados pelos quatro cantos do mundo: era o plano secreto do KBG soviético para incendiar o planeta e obrigar os imperialistas ocidentais, liderados pelos Estados Unidos, a reagir.

Para mim, no meu trás-os-montes natal, menino com cinco anos, já existia uma convicção: quando eu fosse grande já não haveria " turras " para eu combater !

E todos os países europeus foram atacados nas suas colónias: a França na Argélia, a Bélgica no Congo e Portugal em Angola, Moçambique e Guiné!
Foi assim que nasceu o terrorismo, um novo tipo de guerra, mais imprevisível e moralmente mais devastador, porque não obecedia a nehum princípio de não respeitava nenhuma convenção internacional.

Até hoje, ainda nenhum exército convencional - mesmo aquele que foi o progenitor deste tipo de guerra, o soviético, venceu o terrorismo !

A defesa do império de Além-mar exigiu muitos sacrifícios à Nação Valente e Imortal -como se cantava ao entoar o hino: milhões de contos e milhares de vidas que mais tarde fariam falta desenvolver Portugal, mas foi esse o preço da Honra e da Responsabilidade História que Mãe-pátria sentia pelos seus filhos: defender a herança dos egrégios avós até à morte, porque viver sem ela seria uma cobardia e uma infâmia !

Com a morte de Salazar, que sempre se mantivera firme e irredutível e jamais aceitara outra alternativa para solucionar o conflito armado, outros ares começaram a oxigenar os neurónios dos mentores do regime, até porque certos países democratas, mais populosos e mais ricos, face à pressão dos seus povos, começaram a aceitar e a reconhecer o Direito à Independência dos povos que colonizavam e exploravam, não sem primeiro fazerem correr rios de sangue !

Foi assim com a Argélia francesa, o Congo - Zaire - belga e o Zimbawé britânico, recordando assim de repente !

Em 1970, era Presidente do Conselho, Marcelo Caetano, brilhante professor de Direito, que sucedera ao malogrado Salazar, que falecera por uma birra fatal.

Com efeito, foi no Forte do Estoríl - único lugar onde passava férias, contemplando o Mar que fizera a grandeza e a Glória de Portugal - que ele caíra da cadeira, enquanto lia o jornal, e, teimoso, talvez julgando-se eterno, recusara a assistência médica imediata e a ela foi submetido tarde de mais, quando o sangue pisado já lhe havia paralisado a massa encefálica que, para o bem e para muito mal também, havia iluminado e ofuscado Portugal durante as 3 décadas do seu Ministério !

Em Portugal, foram os capitães, os testas de ferro da guerra, os primeiros a " fomentar " a revolta, até porque, a uma determinada altura, no fundo eles começaram a perceber que estavam a morrer por uma terra que não era deles e por uns tipos que não lhes eram nada, sem contar que, enquanto eles tombavam como moscas, os " generais " e os " colonos " enchiam os bolsos com os milhões do tráfico de armas e de diamantes.

Inteligente e corajoso, Marcelo Caetano, aconselhado seguramente pelos seus mais brilhantes ministros, alguns deles seus ex-alunos - como Rui Patrício dos Negócios Estrangeiros - e, sobretudo, influenciado pelo livro , PORTUGAL E O FUTURO !, do ex-comandante da Guiné, General António de Spínola, sabia que devia acelerar o rítmo das mudanças necessárias a modernização do país, mas as suas Conversas em Família já não foram a tempo de impedir o vendaval da História e impedir o " golpe de misericórdia do regime, fomentado, idealizado e executado pelos testa de ferro da guerra, os capitães, muito mais fartos da guerra do que a devolver a Liberdade e a Democracia ao povo obediente e resignado que era o nosso neste último quartel do século XX !

Com efeito, na madrugada de 25 de Abril de 1974, enquanto eu dormia no 107 da rua Guiomar Torrezão, em S. Pedro do Estoril, outros jovens como eu reescreviam nas páginas da História de Portugal um nome e um desígnio universal: LIBERDADE !!!


LMP - Luxemburgo, 15-05-2010
NB: Resumo sucinto dos anos Sessenta e Setenta : 1960-1975 !
A GUERRA FRIA entre a União Soviética e os Estados Unidos pautou a História do Mundo! Construi-se um muro de pedra e betão em Berlim para formar a CORTINA DE FERRO ( viu-se logo que ferro assente em blocos de fraco cimento não aguentaria muito tempo e muito menos seria eterno, como deliravam aqueles que fizeram da religiao o ópio do povo para melhor lhes arrancar o coração ! )

A CONQUISTA ESPACIAL alargou os limites da ciência humana para lhes permitir fazer as burrices que quisessem, incluindo contaminar e destruir lentamente a TERRA, porque - pensaram - agora já poderiam fugir e prosseguir as bestialidades algúres no espaço!

A ONDA LIBERTÁRIA e CONTESTÁRIA ESTUDANTIL, com grupos de Libertaçao e terroristas - como os Os Kmers Vermelhos na Ásia, as Frentes de Libertação em países africanos já referidos, e os Sandinistas do Nicarágua e Maoistas das FARC Colombianas, na América Latina, e os Bader Mein-Off, Brigate Rosse, Action Directe e ETA - na Alemanha, Itália, França e Espanha, todos eles mais ou menos tolerados ou apoiados por Hippies e pacifistas, que lutavam contra a Guerra no Vietname - onde os USA despejavam as bombas que haviam sobrado da II Guerra Mundial e testavam as novas, como o Nalpalme.
Muitos estes TERRORISTAS, CONTESTÁRIOS E LIBERTÁRIOS nasciam, em parte, mas melhores Univerdades dos países democratas, à custa dos contribuintes, mas eram as Univerdades Soviéticas quem melhor lhes lavava o cérebro e lhes inoculava o " Killer Instinct " !



Foi neste clima de experiências da ciêncas e das efervescências da demência - em que humanidade e a irracionalidade pacturam promiscuamente - que nasceu a " Revolução dos Cravos " portuguesa ou de veludo, como Historiadores lhe chamaram !

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