terça-feira, 17 de novembro de 2009

Coragem, Senhor Presidente ! ( Cavaco Silva recebe o presidente do STJ ) !

Senhor Presidente da República Portuguesa,

sei que nesta hora está reunido com o presidedente do Supremo Tribunal de Justiça e como a conversa ficará no segredo dos deuses, quero apenas pedir-lhe que tenha a coragem de olhar o seu interlocutor bem fundo nos olhos durante um minuto para o fazer vomitar toda a cobardia que nele está sepultada.

Aqueles olhos espelham a traição que lhe vai na alma. O sorriso é cínico! Nunca confiei nem acreditei em homens assim!

O Senhor Presidente é o Chefe Supremo das Forças Armadas e o garante da pátria!
Se achar que não tem força para limpar a podridão e chamar à pedra esses " bandidos " todos, reuna o Conselho de Estado! Se ficar em minoria, fale ao país e demita o governo, porque ele está ferido de morte na sua legitimidade.

Portugal está a ser deliberadamente saqueado, traído e achincalhado por bandos de terroristas organizados em confrarias e intimamente ligados pelo pacto do silêncio e que se refugiam no subterfúgio de leis que eles criaram sob medida para escapar à justiça.

Quando o chefe do executivo é vergosamente protegido por juízes corruptos e sem escrúpulos, que lhe branqueiam as " faces ocultas " e escondem de Vossa Excelência e do povo a sua verdadeira natureza, guardando na gaveta durante mais de 2 meses indícios materiais de atentado ao Estado de Direito, não há legitimidade que aguente!
Homem Honrado e que se prezasse, ter-se-ia demitido logo no primeiro " caso " para provar a sua inocência e permitir que, a verdade se sabendo, justiça lhe fosse feita e o seu nome limpo de tais ultrajes. Mas não, logo surgiram de todos os lados, como alcateias, capangas para proteger o " padrinho " .

Foi a conivência de outros presidentes, a complacência de um povo invertebrado e, sobretudo, a cumplicidade de comparsas infiltrados na máquina do Estado que vitimou o actual regime. A legitimidade democrática é um logro, uma fraude do tamanho de Portugal e só a não vê e condena quem é desprovido do menor pingo de Honra e de Vergonha ou faz parte da " súcia " !

Ou o Senhor Presidente Anibal Cavo Silva tem a coragem de cortar essa " gangrena " ou é cúmplice desses assassinos que condenaram a Pátria a uma morte lenta e a uma agonia pestilenta.

Pela sua Honra, demita-se, se não tem coragem bastante para fazer o que deve!

Portugal não esquecerá o seu sacrifício e as gerações vindouras serão benvolentes e compreenderão que talvez tivesse sido tarefa impossível para um simples mortal.

Coragem, Senhor Presidente !
O seu dilema não é fácil, mas são nestas ocasiões que definem os grandes Homens e consagram os verdadeiros Heróís !

Que Deus o ajude, se é que pode !


NB: Prefiro mil vezes a Monarquia a uma república de bananas!
17 Novembro 2009 - 09h00

Aqui lhes deixo um artigo de opinião de Constança Cunha e Sá do Correio da Manha de hoje. ( Começo a não ser o único a gritar no deserto e a ser profeta da desgraça!

Causas e Consequências: O estado da Justiça !
Ninguém acredita no funcionamento da Justiça e na sua independência face ao poder político.
Quando se pensa que a justiça portuguesa bateu no fundo eis que a mesma se encarrega gloriosamente de mostrar que esse fundo é um mundo sem fim onde se pode sempre descer mais fundo. O processo ‘Face Oculta’, que na última semana se transformou num caso político de consequências imprevisíveis, é um bom exemplo disso mesmo. Num primeiro momento, enquanto o país era brindado com alegadas conversas entre José Sócrates e Armando Vara, o procurador-geral da República e o presidente do Supremo Tribunal de Justiça consideraram que tinha chegado a altura própria para tornar públicas as suas pequenas e irrelevantes guerras pessoais.

Pelo caminho, ficou-se a saber que as primeiras certidões extraídas com base nas tais famosas conversas passaram o Verão, em santo sossego, entre o gabinete do dr. Pinto Monteiro e o gabinete do dr. Noronha do Nascimento. Enquanto isto, sucediam-se os desabafos, com o presidente do Supremo a queixar-se de que as certidões lhe chegavam aos "bochechos" e o dr. Pinto Monteiro a anunciar que, por ele, abdicava do segredo de justiça e publicava as escutas das conversas em causa para "isto" (?) "acalmar" – seja o que for que isto queira dizer. Finalmente, no sábado, depois de uma ofensiva governamental, a Procuradoria-Geral da República emitiu um comunicado em que afirma que o presidente do Supremo considerou nulas as escutas e que as mandou destruir e que a própria Procuradoria não encontrou nelas "indícios probatórios" – o que, diga-se de passagem, não é o mesmo que indícios criminais. Perante isto, seria de esperar que o caso ficasse encerrado. Infelizmente, não é o que acontece. As suspeitas sobre José Sócrates mantêm-se, mal ou bem, porque no estado a que chegámos ninguém acredita no funcionamento da Justiça e na sua independência face ao poder político. E porque, como muitos têm defendido, as questões formais não apagam a substância da matéria.
Convém, no entanto, ter presente que estas questões formais, que muitos tentam desvalorizar, são essenciais ao funcionamento de qualquer Estado de direito. As escutas devem obedecer às regras que as determinam sob pena de se transformarem num instrumento aleatório que põe em causa os direitos essenciais de qualquer cidadão. É por estas e por outras que em relação a este caso tenho bastante mais dúvidas do que certezas. Até porque uma coisa é a lei ser susceptível de várias interpretações. Outra diferente é permitir que se diga tudo e o seu contrário.


Constança Cunha e Sá, Jornalista

Outro artigo de opinião sem concessões nem complacência!




A 'era Sócrates'
Henrique Raposo (www.expresso.pt)
8:00 Terça-feira, 17 de Nov de 2009

O país inteiro, da tasca à faculdade, questiona-se: "José Sócrates é corrupto?". Sobre essa hipotética corrupção de Sócrates, não tenho nada a dizer. Isso é com o Ministério Público (MP). O que interessa em Sócrates não é o seu - hipotético - percurso como corrupto, mas sim o seu trajecto como primeiro-ministro (PM). E esse trajecto, meus amigos, é marcado por um enorme desrespeito pelas regras de uma sociedade livre. Sócrates não sabe governar dentro das regras institucionais da liberdade. Por sistema, Sócrates ataca jornalistas e desrespeita instituições (ex.: Tribunal Constitucional). Este 'Face Oculta' é apenas o último caso de uma lista que já vai longa. A 'era Sócrates' destruiu aquilo que restava da qualidade institucional da III República.

Seja qual for o destino jurídico das famosas escutas, existem ilações políticas a retirar do 'Face Oculta'. Estamos a falar de política, e não de uma aula de direito técnico na Independente. As escutas podem ser anuladas juridicamente, mas existe uma questão que só pode ser respondida politicamente: o PM falou, ou não, com Armando Vara sobre o grupo de media do 'amigo Joaquim'? A oposição, no parlamento, deve questionar o PM sobre esta matéria. Mais: esta questão deve ser investigada pelo MP. Porque isto, a tal democracia, tem de ser transparente, meus amigos. Nós, os cidadãos otários, exigimos saber a natureza das ligações entre Sócrates, Vara e o 'amigo Joaquim', o dono do jornal que lançou o caso que mais ajudou a campanha eleitoral de Sócrates. É importante saber quais são as ligações entre o governo e alguns grupos de media (já agora, era bom saber o que se passou entre a PT e a Ongoing). É também importante saber se a banca portuguesa é, ou não, manipulável pelo partido do poder. O MP deveria investigar tudo isto, porque seria bom verificarmos se Portugal é uma democracia, ou se, na verdade, é um pântano onde políticos e banqueiros-que-foram-políticos tudo controlam nas costas de toda a gente.
Meus amigos, esta dúvida marcial precisa de uma resposta clara: Portugal é uma democracia ou é uma sociedade onde bancos e jornais são controlados pelo partido do poder? Eu, sinceramente, até gostava que o 'Face Oculta' fosse mais uma peça da campanha negra que forças ocultas lançaram sobre Sócrates. Mas, não vá o diabo tecê-las, o MP tem de tirar isso a limpo. E, enquanto espero (sentado) pelo MP, tenho a dizer que irei festejar o dia em que Sócrates cair do poder. Festejarei esse dia com uma alegria límpida e incontida. Nesse dia, a nossa democracia respirará melhor, apesar do deserto institucional que teremos pela frente. Esse deserto, meus amigos, será o ponto de partida da necessária refundação.

Trevos
Os casos acumulam-se. É a licenciatura domingueira. É a engenharia chico-esperta na Guarda. É o apartamento na Braamcamp. É o empresário da comissão de honra que desaparece. É o 'Face Oculta'. É o já esquecido Freeport. Mas aposto que é tudo uma questão de azar. Sócrates tem tido azar. É só isso. Sócrates, coitadinho, está sempre no local errado à hora errada. Alguém é capaz de dar um trevo de quatro folhas ao pobre homem? Faça-se o milagre dos trevos, por favor.

Henrique Raposo
Texto publicado na edição do Expresso de 14 de Novembro de 2009



LMP - Luxemburgo, 17-11-2009 * 19H00

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