sexta-feira, 2 de abril de 2010

Os Lobos de Portugal !!!

Em 2004, então assíduo comentador da " política " portuguesa, não tivesse sido eu um dos " idealistas " de Abril, palmilhado montes e vales e passado noites em comícios e sessões de esclarecimento, escrevi, a propósito da Revisão Constitucional, que PS e PSD se propunham fazer, mas " abortaram " inexplicavelmente!


A DANÇA DOS LOBOS!


Por LMP - ( 13-01-2004 07:08 )
Referente ao artigo: PSD e PS «abortam» revisão constitucional


" Para quem não me conhece, apenas digo que vejo Portugal de longe, com muita mágoa e saudade, por um dia ter sido forçado a adiar sine die um sonho universitário e um lugar ao sol, ganho sem cunhas, ainda nos tempos das "colonias", não fosse meu pai operário e emigrante. 

Assisti ao romper da aurora que viu nascer e envolveu a Liberdade e regozigei-me com a "morte" do fascismo, mas também presenciei o "desnorte", a deriva e oportunismo político, económico e social dos "chulos" de Abril, daqueles que saltaram para as páginas dos jornais e das luzes da ribalta, dos heróis fabricados a "martelo", muitos deles à custa da foice que ceifou a "honra" e o patriotismo dos verdadeiros "Homens" que quebraram o aguilhão opressor para que sobre as páginas da História e das terras de Portugal se escrevesse e soltasse a Liberdade! 

Salgueiro Maia foi um deles, talvez o único " idealista ingénuo " que decidiu oferecer a própria vida sem nada pedir em troca, provando que o Altruísmo lusitano estava vivo! 

Da democracia e do espiríto de Abril não resta nada, muito por culpa daqueles que se quiseram apropriar da revolução e substituir uma ditadura por outra!

Vingança? 
Não, inconsciência de homens tacanhos, espíritos depenados, políticos toscos e míopes, cidadãos-espertos, que ousaram tratar os portugueses como, muitos deles, tratavam os negros de áfrica. 

Dos partidos políticos de Abril também nada resta e nada se aproveita: uns perderam a ilusão rapidamente, mesmo antes do muro de Berlim vir abaixo porque as suas consciências há muito se haviam desmuronado; outros, mais idealistas e reformistas, viraram " chulos " oportunistas e populistas, isto, para andar sempre na crista da onda. 

E deste emaranhado de corruptos, desertores ou falhados, poucos escapam, porque há 30anos que os " senhores e os doutores " mimam a DANÇA DOS LOBOS, estonteando um povo sem rei nem roque, que tendo vivido a reboque de promesssas e subsídios falaciosos, vendeu a alma ao “materialismo” fácil, fútil e efémero.

Portugal está moribundo, ateu, invertebrado, corrompido e deprimido com tanta imoralidade, tanta safadeza, tanto oportunismo. Portugal é cada vez mais um país adiado, que os seus emigrantes procuram defender e redimir, mas em quem acreditam cada vez menos, porque os " cordeiros " paridos pela democracia de Abril, degeneraram e viraram " LOBOS " do seu próprio POVO, apesar de apregoarem o contrário, e quanto mais tempo durar esta "dança" e esta " andança mafiosa " menor será a " Esperança " e mais enfraquecida ficará a "confiança" num futuro melhor, ou simplesmente na libertação deste feitiço abrilista que condenou Portugal a um purgatório eterno. 

Para isso, mais valia termos ficado no inferno! "



Hoje, 2 de Abril de 2010, quase 36 depois da " Liberdade " e face ao sobejamente conhecido, apesar das omissões e ocultações cirúrgicas, mas de inimagináveis efeitos colaterais na democracia e na vida de Portugal, pergunto-me:

Será que valeu a pena a Revolução dos Cravos ter " engendrado " , parido e amamentado uma " Democracia " assim? 
No Deve e Haver destes 36 anos - tudo somado, subtraido, dividido e multiplicado - Portugal saiu ganhador ou perdedor?

Sem um inventário real e uma avaliação rigorosa da República e da Democracia e dos seus " desmandos e desvarios " não é possível estabelecer um caminho e uma meta, porque assim, sem bússula e sem rei nem roque, Portugal não sabe como está ( de saúde ) nem para onde vai.

Que tristeza, saber que Portugal é uma jangada apodrecida à deriva no mar da " incerteza ", entregue a " Lobos " raivosos e degenerados!!!


LMP - Luxemburgo, 02-04-2010

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