A cada ano que passa, é com tristeza e revolta que vejo Portugal, sob o peso da vergonha e da desonra, a afundar-se e a resignar-se, como se a fatalidade tivesse convencido o nosso povo descrente e deprimido.
A crise já vem de longe, mas começou a acentuar-se e a " institucionalizar-se " com o advento da pseudo-liberdade, há 35 anos!
À euforia de Abril, que a revolução fez soprar sobre o país e o povo, sucedeu-se a ilusão da integração europeia, 12 anos depois.
De um momento para o outro, o nobre arruinado, que era o país sem o império colonial, pensou que a " fada europa " era a varinha mágica que resolveria, num abrir e fechar de olhos, todos os problemas estruturais, sociais e culturais de um povo " invertebrado " que - tal pássaro na gaiola - se habituara a ser um pau-mandado e a deixar para o " pai da nação " - Salazar - a responsabilidade de olhar pela vida de todos!
Os capitães do MFA, ao demitirem-se das suas responsabilidades de alertar, educar e exigir ao povo trabalho redobrado - o que era fácil, porque o sonho comandava o Portugal que queria ser livre - demonstraram que não passavam de meros oportunistas e parasitas cujo desígnio maior era comandar e substituir uma ditadura por outra!
Só que a irresponsabilidade tinha tomado conta dos contestatários e reaccionários e a desordem foi inimiga do progresso tão desejado. Faltou rigor e disciplina, mais que vontade e trabalho!
Depois dos governos de Cavaco Silva, que veio restaurar a imagem de Portugal no mundo, surgiram os desmandos de " boys " esfomeados e ávidos de boa vida. Foram esses irresponsáveis que semearam o facilitismo e aceleraram a propagação do chico-espertismo, impregnando na alma do povo a cultura do ócio e da corrupção!
Os últimos casos provam-no!
Decididamente, os nossos políticos e os nossos juizes são uns anões morais e uns " bandidos " renegados e traidores! Com tais vírus impregnados nos labirintos da função pública, o nosso país está condenado a desaparecer !
Em 2010, Portugal é uma manta de retalhos, um lupanar a céu aberto e um covil onde proliferam as forças ocultas, um ântro de podridão e um campo minado pelos mais sórdidos calhordas que se armam em chefes e dirigentes da nação !
Oxalá não seja fado nosso morrer assim!
LMP - Luxemburgo, 31-12-2009
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