domingo, 27 de dezembro de 2009

Referendar Portugal !!!


É confrangedor Portugal visto de longe, com recuo e a equidistância de que não está " fragilizado " no seu livre-arbítrio e já curou a dor da saudade e da revolta que um dia sentiu por se ver forçado a abandonar a pátria que o viu nascer e onde queria realizar todos os seus sonhos.

A Revolução dos Cravos foi, afinal, um travão à verdadeira " libertação " do país dos príncipes Afonso, que ousou revoltar-se contra a própria mãe, e Henrique, que " se exilou " na ponta de Sagres para melhor ver o fim do mundo onde ousou chegar em sonhos.

A lei fundamental e trave mestra da nação portuguesa - a Constituição - , assim arcaica e ambígua, onde não há Poder Responsável nenhum, é um areal movediço onde se enlisa e afunda a pátria e a pseudo-liberdade, mas por onde se escapam os " abutres e os chacais " que nela encontram sempre labirintos para se furtar à justiça e continuarem a saquear o erário público.

Comecemos pelo Poder Político: bicéfalo e inútil, porque cada cabeça tem a sua sentença e olha na direção que lhe convem!
É um poder ilusório e transitório, algo acessório, sem delimitações claras.

O Presidente, em teoria, pode dissolver a Assembleia e exonerar o Primeiro-Ministro, mas não pode governar nem fazer nada para mudar o que realmente está errado, sem provocar uma crise Constitucional e lançar o país no caos. Figura decorativa e inútil, portanto.

O Primeiro-Ministro tem o dever de governar o país, mas é para o partido que olha sempre em primeiro lugar e é em função dos " ideiais " apparatchiks que age. Veja-se o exemplo actual em que o dito " casamento gay " - um capricho contra-natura de uma minoria - tem maior prioridade e relevância na " agenda " cor-de-rosa do que o futuro imediato da maioria, ou seja a salvação nacional. E sem rei nem roque fica o país quando o PM é um ditador efeminado e o PR mais parece um pau mandado!

O Poder Legislativo, a Assembleia da República, mais parece a caverna do Ali Baba e os 40 ladrões, onde invariavelmente os " eleitos " brincam aos legisladores e pintam as leis com as cores da circunstância e da conveniência, movidos pelos interesses dos correlegionários que foram apanhados nas malhas das leis anteriores. Vejam-se as mudanças operadas no código penal para salvar a " face " dos pedófilos políticos que andaram a violar os meninos da Casa Pia!
A Assembleia da República é o fórum dos " senhores " inúteis e dos meninos mimados que, para rentabilizar a ociosidade e a incompetência, aderem aos partidos políticos, onde aprendem a manejar o tráfico de influências e o " modus operandi " da corrupção mafiosa, com que a impunidade parlamentar lhes aguça a astúcia e sabedoria saloia.

Por último, o Pode Judicial é uma manta de retalhos, tantas são as facadas que leva dos políticos que passam a vida a mudar as leis para baralhar a cabeça dos juízes e do povo. As recentes decisões do Presidente do Supremo Tribunal de Justiça e do Procurador-Geral da República, são a prova real e cabal da inoperância e dependência do Poder Judicial que em 35 anos de Democracia e milhares de toneladas de processos não condenou nenhum tubarão preso das redes da lei.

Perante isto tudo, só nos resta Referandar Portugal em profundidade! A República, o sistema democrático, os Poderes e até o Futuro do país devem ser postos em questão sem dó nem piedade.

É preciso falar claro e chamar os " boys " pelos nomes e pegar os toiros pelos cornos!

Com esta Constituição e a consequente indefinição do regime democrático, Portugal terá um fim inglório, porque mais parece um náufrago arrastado para o fundo pelas bóias - deliberadamente cheias de chumbo - que lhe lançaram e ele pensava que eram para o salvar.


LMP - Luxemburgo, 27 de Dezembro de 2009

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