sábado, 24 de dezembro de 2011

A Torre de Babel - 14 de Novembro de 1999

Cidadania activa: advogando causas...


ENSINO DE PORTUGUÊS NO LUXEMBURGO:

A TORRE DE BABEL!
  ( Cansei de lutar por invertebrados ! 
Ninguém consegue libertar quem se apraz em ser escravo ! )


Como muitos compatriotas nossos, já vivo no Luxemburgo há 24 anos e garanto-vos que conheço muito bem os problemas que a nossa comunidade e o país onde vivemos enfrentam, porque os sinto, os vivo e procuro resolvê-los, na medida das minhas possibilidades, utilizando todas as aptidões e experiências que fui adquirindo ao longo deste quarto de século. 
Como errar é humano, também cometi, seguramente, muitos erros, mas que procurei remediar o mais rápido possível e evitar. 
Muitas vezes consegui-o, outras não e essa negligência saiu-me cara, mas, descansem, sobrevivi e com muita dignidade.

Como cidadão activo, dediquei muito destes anos ao associativismo em geral e nunca neguei a minha modesta contribuição a quem, indivíduo ou colectividade, ma pediu. 
Quem tem a alma altruísta sabe que é muito difícil dizer não e pronto, mesmo quando a nossa vida anda um pouco complicada, lá vamos nós ajudar o clube, a associação ou o vizinho que precisa. 
    Nós, portugueses, somos assim, temo-lo na massa do sangue e ainda bem! 
  E, como para tudo, depois de uma primeira vez, a inicial, também, para mim, houve, uma última, a conclusão final: 14 de Novembro de 1999, no Congresso da Confederação da Comunidade Portuguesa no Luxemburgo!
   Porquê? perguntar-se-á quem me conhece ( mal )! Por mil e uma razões, mas aponto apenas três.

   Primeiro, porque entendo que, na vida, há coisas que qualquer ser humano tem, imperativamente, que fazer por si, se quer a Liberdade de que usufrui rime perfeitamente com dignidade! E, depois de 20 anos de pregação no deserto, constato amargamente que muitos dos nossos compatriotas não passam de uns invertebrados, que sacrificam os mais elementares valores morais e humanos ao dinheiro, verdadeiro Deus deles, e com esses eu não me identifico minimamente, e muito menos por eles quero continuar a lutar ou a pregar!

   Segundo, porque, se errar é humano e até se aceita, ou perdoa, persistir, deliberadamente, no erro, por ignorância, orgulho ou preconceito, é, no mínimo, irresponsável, e eu não quero associar-me a essas atitudes, nomeadamente e sobretudo no que diz respeito ao ensino e à educação, porque considero que estamos no caminho errado. 
   A educação é a condição sine qua non do sucesso material e espiritual e o ensino que estamos a defender, aqui, está a tornar-se uma Torre de Babel muito perigosa! 
  Se esta conflituosa confusão persiste, o racismo e o xenofobia em incubação eclodirão e, qualquer dia, andaremos para aí todos à batatada… 
 Atenção! Cuidado! O terreno estranho que quereis pisar e conquistar está minado!!! Há atitudes, comportamentos e preconceitos que, mesmo não o sendo intrinsecamente, mais parecem e como as aparências nunca iludiram tanto com agora, a conclusão é óbvia!…

   Tércio e por último, orgulho-me muito de saber tirar conclusões e assumir as minhas responsabilidades: o Congresso foi soberano e votou… livremente !(*)! 
   Cumpra-se a Liberdade! Tenha-se Dignidade!
  Ah! Para a Torre de Babel, eu até tenho um remédio, mas há muita gente que não o quer tomar: é quimérico e demasiado genérico!

   Adeus e até sempre!

 Luís Macedo Pereira Participante no IV Congresso da CCPL - Luxemburgo Nov-1999.
(*) Quem se apraz em exercer a sua Liberdade no meio dos escravos nunca será digno da verdadeira Felicidade !!!

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